domingo, 23 de dezembro de 2007

Editoras querem ciberpiratas fora da Net

Este é o título duma notícia da revista Exame Informática, que expõe que as editoras querem que em Portugal se aplique a mesma lei que em França visa negar o acesso á internet áqueles que façam download de conteúdo ilegal na internet.
Eu não podia estar mais de acordo. Só que para que isso aconteça, será necessário que antes exista uma grande discussão que não existiu em França, essa discussão visaria estabelecer o que é ilegal ou não decarregar da net. É que, como a lei está neste momento, quase tudo o que se descarrega da net é ilegal. É muito perigoso ceder a estes lobbies das editoras que, por não se saberem adaptar aos tempos modernos, querem proibir todo e qualquer tipo de cópia de material digital. Ora, vivemos na era em a vida virtual é quase tão importante como a real, e colocar direitos de autor em cima de tudo e mais alguma coisa é, não só perigoso, como injusto.
Não estou a querer dizer que não devam existir direitos de autor, ou que os conteúdos devam ser todos gratuitos, mas os direitos de autor têm que evoluir, não podem ficar parados no tempo com as editoras a pedirem que se criem leis para proibir tudo e mais alguma coisa.
Todos com certeza (pelo menos da minha geração) fizeram cópias de músicas em cassetes que eram transportadas para todo o lado sem que nunca se ouvisse falar em direitos de autor. Chamava-se a isso partilhar. Alguém comprava o disco e gravava em cassestes que emprestava aos amigos para que estes gravassem as suas próprias cassetes sem que ninguém visse mal nenhum nisso. Agora é exactamente a mesma coisa. Só que essa partilha é feita com milhares de pessoas e dum lado para o outro do mundo. Isto assusta as companhias discográficas, porque não sabem como controlar mais a coisa. Pois bem, não têm nada que controlar. Eu não sou contra as discográficas, muito pelo contrário, até sei que o seu papel é fundamental para o mundo da música (e quem diz da música, diz do cinema, dos livros, etc...). Só que estas têm que encontrar outros meios de fazer lucro, adptando os direitos de autor ao mundo moderno. Todos sabem que muito dinheiro é feito com o merchandising. Este pode ser um campo a explorar ainda mais. Nos filmes é possivel fazer o "product placement", conceito em que os actores vestem determinda marca de roupa, ou fumam determinada marca de cigarros, ou comem determinada marca de chocolates. Tudo isto é pago. É uma óptima maneira de gerar lucro.
Finalizando, a "cópia ilegal" é um conceito estúpido e errado. Tentem pesquisar sobre um partido que surgiu na Suécia chamado Piratpartiet - Partido Pirata, que advoga o fim do copyright, ou outros noutros países que se lhe seguiram. Pesquisem também pelo nome de Jorge Cortell, um professor que dá muitas conferências sobre o tema. Podem ler também esta entrevista (em espanhol) http://es.wikinews.org/wiki/Entrevista_a_David_Bravo

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